PARQUE EÓLICO DA HONDA EM XANGRI-LÁ INICIA ATIVIDADES EM 2014

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25/04/2013 às 17:34 atualizado em 25/04/2013 às 17:41

Parque eólico da Honda inicia atividades em 2014
Com um investimento de R$ 100 milhões em Xangri-Lá, estrutura que contará com nove turbinas deve gerar até 95 mil MW por ano


Fernando Soares – Jornal do Comércio

 

A partir de setembro de 2014, a força de aerogeradores instalados em Xangri-Lá, no Litoral Norte, fornecerá energia para a produção de automóveis da Honda na planta de Sumaré (SP). É nesta data que a multinacional de origem japonesa prevê a inauguração do seu próprio parque eólico. Com investimento de R$ 100 milhões, a montadora deve gerar até 95 mil MW ao ano, quantidade equivalente ao consumo de uma cidade de 35 mil habitantes. Ontem, em cerimônia no Palácio Piratini, a companhia anunciou oficialmente a realização do projeto.

As negociações que culminaram no acordo levaram cerca de um ano até serem concluídas. A Honda avaliou mais de 30 localidades no Brasil e optou pelo município gaúcho pela sua infraestrutura. Isso porque há, entre outras coisas, rede de transmissão e subestação a 1 quilômetro de distância do local onde ficará o parque. Ao final da construção, que vai gerar 150 empregos diretos, a montadora deixará de emitir 2,2 milhões de toneladas de gás carbônico nas suas atividades, cerca de 30% do volume emitido atualmente.

A operação de Xangri-Lá terá nove turbinas de 3MW, totalizando 27MW de capacidade instalada. “Vamos conseguir suprir a demanda por energia da nossa unidade de Sumaré”, aponta Carlos Eigi Miyakuchi, presidente da Honda Energy Brasil, subsidiária do grupo criada para operar o parque eólico. Em um primeiro momento, a ideia da empresa é atender apenas à fábrica de automóveis, que produz cerca de 150 mil veículos ao ano. No entanto, há possibilidade de uma futura expansão da iniciativa, visando ao atendimento da planta de Manaus (AM), que confecciona motocicletas.

Segundo o governador Tarso Genro, o aporte da Honda vai ao encontro da meta do Rio Grande do Sul em se tornar o principal produtor de energia eólica no Brasil, no longo prazo. Atualmente, o Estado fica atrás apenas do Ceará. Além disso, o chefe do Executivo aproveitou a oportunidade para convidar os japoneses para novas empreitadas em solo gaúcho. “Que não pare por aqui. Que a Honda olhe para o Rio Grande do Sul e continue pensando grande, como ocorreu com este investimento”, disse Tarso, mirando os executivos da multinacional com um sorriso.

Emancipada há 21 anos, Xangri-Lá agora quer competir como gente grande na atração de projetos ligados à geração de energia eólica. “Esse é o nosso primeiro parque eólico, mas já estamos conversando com outras empresas da área, que têm investimentos em municípios da região e querem se expandir”, diz o prefeito Cilon da Silveira. O dirigente, porém, enfatiza que ainda não há nenhuma tratativa em estágio avançado.

Atualmente, o Rio Grande do Sul tem 15 parques eólicos, que possuem mais de 500MW de capacidade produtiva. Até 2017, há a expectativa de se chegar a 55 locais. O diretor de Infraestrutura e Energias da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marco Aurelio Franceschi, lembra que, com os projetos a serem concluídos neste período, será possível produzir 1.450MW. “O Estado tem capacidade gerar 11% da energia eólica do Brasil, tendo o maior potencial do País. Nos próximos leilões de energia, podemos nos aproximar da quantidade produzida pelo Ceará”, menciona.

Mesmo assim, Franceschi ressalta que a utilização da energia captada através dos ventos recém começa a sair do papel tanto no âmbito estadual quanto no federal. Neste sentido, ele lembra que o Rio Grande do Sul utiliza, hoje, apenas 0,3% dos seus 14,8GW de potencial produtivo.

 

 

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